Por Maruscka Grassano, Mayara Cabeleira e Raquel Santos
Este não é um artigo para cumprir tabela, tão pouco um conteúdo gerado por inteligência artificial. Se o assunto é voluntariado, não há nada que substitua o poder transformador da essência humana e do trabalho coletivo.
Cada vez mais consistente, ano a ano, o Voluntariado Corporativo deixa de ser uma ação isolada e vem se tornando uma forma estratégica de gerar engajamento, propósito e reputação.
No artigo a seguir, você conhecerá melhor sobre essa modalidade de Responsabilidade Social Corporativa, sua importância e benefícios a todos os envolvidos e a atuação da Abrace uma Causa nesse segmento.
Voluntariado Corporativo: o ganha-ganha de todos os lados
Com benefícios que se estendem a empresas, funcionários(as), instituições sociais e respectivos(as) beneficiários(as), o voluntariado corporativo ganha contornos de uma poderosa ferramenta de conexão, pertencimento, aprendizado e satisfação pessoal.
O entusiasmo pelo tema vai ao encontro do que busca uma considerável parcela da Geração Z (os mais abastados e com considerável poder de escolha, diga-se de passagem), sendo um ponto de atenção necessário para as empresas que queiram estar na vanguarda não só da Responsabilidade Social, mas também da área de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas.
Para as empresas, o voluntariado corporativo fortalece a cultura, a reputação, atrai e retém talentos; para as organizações que excetuam projetos de cunho social, amplia a disponibilidade de recursos humanos e até de materiais que se tornam legado institucional; para a sociedade civil, o trabalho voluntário aumenta a ‘mão na massa’ na solução prática de problemas sociais e, reforça as conexões interpessoais, a sensação de pertencimento e propósito.
Desafios do setor: como transformar voluntariado em cultura organizacional
Com o ano chegando ao fim, ou em datas comemorativas, como o Dia Internacional do Voluntariado que acontece anualmente em 05 de dezembro, é comum que a busca por ações sociais comece a aumentar, mas para mudanças concretas na sociedade, no trabalho das instituições e na cultura organizacional da empresa, é necessário adotar uma prática recorrente e com estratégia bem definida alinhada à cultura organizacional da empresa proponente do trabalho voluntário.
“Infelizmente, a busca por ações pontuais é maior, o que é ruim, porque mostra uma falta de olhar estratégico para esse pilar dentro das empresas”, comenta Mayara Cabeleira, sócia e diretora de projetos e produtos sociais da Abrace uma Causa. “São as empresas que entendem e implementam ações recorrentes que, de fato, colherão os resultados de impacto a médio e longo prazo que um programa de voluntariado proporciona nos ambientes corporativos”.
O grande desafio é entender como sustentar as ações durante todo ano alinhada com a cultura organizacional das empresas e às aptidões e interesses dos(as) colaboradores(as). Além disso, preparar as organizações executoras de projetos sociais para profissionalizar suas ofertas de voluntariado e se posicionar como parceiras de negócios de impacto faz parte do plano de ações desenvolvido pela Abrace uma Causa. Na perspectiva de alinhar todos esses processos e oferecer uma experiência prática eficaz do ponto de vista profissional, bem como sensível e transformadora, é que compartilhamos a seguir como é realizado, na prática, essa triangulação entre empresas, instituições e pessoas promovida pela Abrace uma Causa.
Na prática: quando método, escuta e encontros geram legado
A construção de um programa de voluntariado corporativo envolve mais do que definir uma atividade e colocá-la em prática. Exige método, escuta e presença constante. É nessa lógica que a Abrace uma Causa atua: concebe, organiza e implementa programas completos de voluntariado, desde o planejamento anual até o diagnóstico final de impacto, sempre conectando as prioridades da empresa às necessidades das instituições sociais.
Esse processo começa com reuniões de escuta e de alinhamento estratégico, que orientam a definição dos objetivos, das prioridades e dos caminhos de atuação do programa. A partir desse diálogo inicial nasce o Calendário S, que organiza ações sociais ‘mão na massa’, experiências formativas e, quando necessário, mobilização de recursos. Depois disso, se inicia um trabalho contínuo de curadoria de instituições, elaboração de escopos, organização logística, articulação com as organizações e acompanhamento presencial em todas as etapas.
Para demonstrar esse percurso na prática, vale trazer um exemplo de uma parceria de sucesso construída com a Veolia Water Technologie, empresa subsidiária da Veolia que fornece soluções para tratamento de água potável e efluentes, projetando, entregando e mantendo sistemas para clientes industriais e municipais em todo o mundo.
Essa parceria ajuda a ilustrar como esse trabalho toma forma. Em 2024 e no início de 2025, três ações pontuais marcaram essa aproximação: uma oficina do Litro de Luz para montagem de lampiões solares e duas atividades no Ateliê Escola do Instituto Acaia, a primeira ação fora dedicada à limpeza do espaço e à instalação de uma horta em cochos; e a segunda, voltada à construção de casinhas de papelão.
Essas experiências permitiram que a Veolia conhecesse, na prática, o modo de atuação da Abrace uma Causa e confirmasse o interesse em avançar para um programa de voluntariado corporativo mais estruturado e estratégico. A partir daí, 2025 foi marcado por uma série de reuniões entre as partes envolvidas nesse projeto, que resultaram em um calendário de ações sociais construído de forma coletiva e cuidadosa.
A primeira ação aconteceu em Sorocaba, no Lar Casa Bela. O encontro reuniu voluntários e crianças em oficinas de arte com materiais recicláveis. Antes de tudo começar, o grupo organizou o espaço, montou os materiais e, ao final, também participou da limpeza. Gestos simples, mas que reforçaram a ideia de corresponsabilidade. A presença de uma colaboradora que havia adotado uma criança acolhida pelo Lar lembrou que o impacto do voluntariado corporativo se entrelaça a histórias que não começam nem terminam na ação.
No Workshop das Engenheiras, o processo de construção da atividade mostrou como a escuta influencia diretamente o resultado. Inicialmente, a proposta era levar voluntárias até a instituição. Mas conversas com o grupo de gênero da Veolia revelaram outra possibilidade: abrir as portas da empresa para as jovens do Programa Passaporte para a Vida, do Lar das Crianças.
O alinhamento de expectativas, mediado pela Abrace uma Causa, permitiu essa mudança no escopo e, consequentemente, de rota para que jovens do Lar pudessem vivenciar também o ambiente corporativo além dos aprendizados. Na sede da Veolia, engenheiras compartilharam trajetórias diversas e, ao final, uma das participantes afirmou que levaria aquelas mulheres para sua lista de referências. A ação ampliou repertórios dos dois lados: de jovens, que conheceram novas possibilidades, e das voluntárias, que revisitaram o sentido do próprio trabalho.
Na Fundação Julita, a ação Plantando o Amanhã foi dedicada ao plantio de árvores frutíferas em uma área previamente mapeada com a instituição. Antes do início do plantio, a equipe recebeu uma explicação técnica sobre o terreno, as espécies escolhidas e os cuidados necessários para garantir que as mudas se desenvolvessem bem nos anos seguintes. O quebra-gelo inicial mostrou um grupo diverso: profissionais recém-chegados à Veolia estavam ao lado de colegas com mais de trinta anos de empresa.
Cada uma dessas ações gerou relatórios de sistematização produzidos pela Abrace uma Causa e validados junto à Veolia com a intenção de mapear o que deu certo, mas também o que pode ser melhorado em futuras ações de acordo com as diretrizes pré-definidas de que o programa deve sempre dialogar com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e com o Modelo de Desempenho Multifacetado (ferramenta adotada pela Veolia para orientar a avaliação de seus impactos social, humano e ambiental).
Além disso, todas as ações foram registradas em foto e vídeo, gerando materiais institucionais que apoiam a comunicação interna, a memória do programa de voluntariado corporativo e a sensibilização de novas adesões, uma vez que a meta do programa também passa por um desafio de engajamento diversificado, que deve envolver e estimular a participação de pessoas de todos os cargos da empresa.
Ao lado desse rigor técnico, que fortalece o método de trabalho da Abrace uma Causa, há também um olhar humano que sustenta cada etapa do programa e lembra que o voluntariado corporativo é feito por pessoas, carregando a dinâmica real da vida.
“Mesmo com um cronograma detalhado, podem surgir imprevistos, mudanças no tempo de execução ou demandas inesperadas. A Abrace uma Causa trabalha esses elementos de forma responsável, preservando segurança e qualidade, mas sem perder de vista o valor da espontaneidade. O encontro só acontece porque há espaço para o que é vivo, e é justamente aí que muitos aprendizados se revelam”, comenta Raquel Santos, responsável pela frente de Voluntariado Corporativo da Abrace uma Causa.
Embora o ano esteja chegando ao fim, ainda há uma última ação programada para dezembro, com a Abrace PCDs. Encerrar o ciclo com essa iniciativa, tão próxima das celebrações de fim de ano, reforça o sentido de cuidado, continuidade e presença que guiou todas as etapas do calendário.
O legado de 2025 está nas relações fortalecidas, nas novas referências construídas pelos jovens, nas histórias que seguem no Lar Casa Bela e nas árvores que crescerão na Fundação Julita.
Neste Dia Internacional do Voluntariado, celebra-se exatamente isso: a capacidade de transformar planejamento, escuta e encontros reais em futuro!
Se você trabalha em um empresa e também quer construir uma jornada customizada de voluntariado corporativo, escreva para a Abrace uma Causa e conheça um portfólio completo de ações sociais: [email protected]